Comitê abordará conteúdo gerado por IA no conflito Israel-Irã
18 de Novembro de 2025
Hoje, o Comitê anunciou um novo caso a ser levado em consideração. Como parte disso tudo, estamos convidando pessoas e organizações a enviarem comentários públicos usando o botão abaixo.
Seleção de casos
Como não podemos ouvir todas as apelações, o Comitê coloca como prioridade casos que possam afetar muitos usuários no mundo todo, que sejam de importância fundamental para o discurso público ou que levantem questões importantes sobre as políticas da Meta.
Hoje, o caso que estamos anunciando é:
Vídeo gerado por IA no conflito Israel-Irã
2026-004-FB-UA
Apelação do usuário
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Em 15 de junho de 2025, um usuário do Facebook publicou, em uma página que se apresentava como fonte de notícias, um vídeo de 13 segundos que mostrava supostos danos a prédios em Haifa, Israel, durante o conflito de 12 dias (de 13 a 25 de junho de 2025) entre Israel e o Irã. O vídeo trazia sobreposto um texto em inglês com a mensagem “Live now - Haifa” e a data da publicação. A gravação parecia ser a mesma que havia sido identificada por verificadores de fatos independentes como gerada por inteligência artificial e aparentemente originada no TikTok. A legenda em inglês incluía frases no estilo de manchetes sobre o conflito, acompanhadas de termos e hashtags desconexos, sem formar uma narrativa coerente. Entre as afirmações, estavam a de que teria ocorrido um “grande ataque” do Irã contra Israel e a de que o gabinete de guerra israelense estaria em um bunker, além de menções a dezenas de mísseis, quedas de aeronaves, líderes políticos globais, conflitos em andamento — incluindo em Gaza —, um acordo nuclear, incêndios florestais e hashtags voltadas a desbloquear contas. O texto também mencionava supostas fontes de notícias israelenses alertando sobre um ataque iminente. A publicação recebeu mais de 700.000 visualizações.
Seis usuários a denunciaram um total de nove vezes, alegando terrorismo, violência, fraude e golpe. Apesar disso, as denúncias não foram priorizadas para revisão humana. No mesmo dia em que o conteúdo foi publicado, um classificador da Meta identificou uma possível presença de desinformação e sinalizou a publicação para revisão por verificadores de fatos terceirizados. Esses verificadores, porém, não analisaram o conteúdo.
Um dos usuários que havia feito a denúncia recorreu da decisão da Meta de manter a publicação na plataforma, levando o caso ao Comitê. A Meta informou ao Comitê que, em sua avaliação, a publicação não violava o Padrão da Comunidade sobre Desinformação, pois não “contribuía diretamente para o risco de dano físico iminente” nem “interferia diretamente no funcionamento dos processos políticos”. No entanto, após o Comitê selecionar o caso, a Meta desativou três contas associadas à página devido a indícios de abuso de engajamento e comportamento inautêntico, o que tornou tanto a página quanto o conteúdo indisponíveis na plataforma. Ainda assim, o Comitê optou por prosseguir com a análise do caso, considerando sua relevância para questões importantes de política e de práticas de aplicação.
O caso foi selecionado com o objetivo de debater a moderação de conteúdos potencialmente gerados por inteligência artificial que possam comprometer a integridade das informações e enfraquecer a confiança pública em contextos de conflito armado. Este caso representa uma oportunidade para examinar a moderação, tanto humana quanto automatizada, de conteúdo gerado por inteligência artificial realizada pela Meta, inclusive em contextos de conflito. Além disso, permitirá que o Comitê explore as melhores formas de lidar com esse tipo de material no ecossistema informacional, garantindo o respeito à liberdade de expressão e ao acesso à informação durante situações de conflito.
O caso se enquadra nas prioridades estratégicas do Comitê: Situações de crise e conflito e Aplicação automatizada de políticas e curadoria de conteúdo. O Comitê gostaria de comentários públicos que abordassem:
- O papel desempenhado pela desinformação gerada por inteligência artificial no conflito entre Israel e Irã ocorrido em junho de 2025, incluindo seus efeitos na mídia e no debate público.
- Pesquisas sobre a frequência e o impacto da desinformação produzida por IA nas plataformas de mídia social em geral e, especificamente, durante conflitos armados, considerando também os incentivos e as motivações por trás da criação e disseminação desse tipo de conteúdo.
- Os desafios relacionados à detecção, rotulagem e verificação precisa de conteúdo gerado por IA, especialmente no contexto de campanhas coordenadas de desinformação, bem como a eficácia das respostas adotadas em termos de políticas, produtos e aplicação da lei.
- As responsabilidades das empresas de mídia social, à luz dos direitos humanos, para enfrentar possíveis impactos negativos de representações distorcidas produzidas por IA — particularmente durante conflitos armados —, preservando a liberdade de expressão e assegurando o acesso dos usuários à informação.
Em suas decisões, o Comitê pode emitir recomendações de políticas para a Meta. Enquanto as recomendações não forem obrigatórias, a Meta deverá respondê-las em 60 dias. Como tal, o Comitê está aberto a comentários públicos que proponham recomendações que sejam relevantes para o caso mencionado.
Comentários públicos
Se você ou sua organização acharem que podem contribuir com pontos de vista pertinentes que possam auxiliar na tomada de decisão em relação aos casos mencionados hoje, use o botão abaixo para enviar a sua contribuição. Lembre-se de que comentários públicos podem ser fornecidos de maneira anônima. O envio de comentários públicos ficará disponível por 14 dias, encerrando às 23h59, horário padrão do Pacífico (PST), na terça-feira, 2 de dezembro.
Próximos passos
Nas próximas semanas, os Membros do Comitê vão deliberar sobre esse caso. Assim que chegarem a uma decisão, faremos a publicação na página Decisões.